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Síndrome de Asperger, segundo o ponto de vista da neuropsicologia

O que é a Síndrome de Asperger?

A Síndrome de Asperger é uma perturbação neurológica, considerada um Transtorno do Espectro do Autismo  (TEA), o qual afeta a maneira de como o cérebro processa as informações.

Os meninos têm maior probabilidade de ter autismo do que as meninas. Para cada quatro homens com Asperger, há apenas uma mulher diagnosticada.

Em quais áreas as pessoas com Asperger têm dificuldades?

  1. Comunicação
  2. Interação social
  3. Flexibilidade mental e comportamental

Características

A Síndrome de Asperger afeta cada indivíduo de maneira diferente, porém existem umas características comuns:

  1. Normalmente são pessoas que têm dificuldade em administrar suas relações sociais, porém isso não afeta sua capacidade intelectual. Geralmente são pessoas que têm um nível de inteligência consideradonormal ou alto.
  2. São pessoas honestas, sinceras e fiéis; porém são ingênuas e acreditam facilmente nos demais.
  3. Têm dificuldades para compreender os sentimentos dos demais, ou seja, não sabem se colocar no lugar do outro.
  4. Têm dificuldade em manter o ritmo normal de uma conversa; por outro lado, são extremamente atenciosos aos detalhes da mesma.
  5. São pessoas que se alteram facilmente diante de mudanças de rotinas e períodos de transição.
  6. Não entendem uma linguagem figurada, para que haja uma boa compreensão tudo tem que ser claro e objetivo. Ao mesmo tempo têm um vocabulário amplo, técnico e especializado.
  7. São muito sensíveis a barulhos altos, cores, luzes, odores ou sabores fortes.
  8. Têm fixação por um tema ou objeto. Podendo ser especialistas neste tema.
  9. São fisicamente desajeitados nos esportes.
  10. São praticamente incapazes de fazer amizade com pessoas dentro da sua faixa etária.

Neuropsicologia e Asperger:

A seguir, falaremos mais detalhadamente sobre a síndrome de Asperger, segundo o ponto de vista neuropsicológico.

1.  Déficit na Teoria da Mente:

Quando antes mencionamos a incapacidade que as pessoas com Asperger têm de se colocar no lugar dos demais, estávamos falando justamente da Teoria da Mente, termo que se refere à capacidade humana de formar uma representação interna dos estados mentais de outras pessoas. Portanto, as pessoas com Asperger precisam aprender esses padrões sociais, já que, pela simples observação, eles não têm essa habilidade.

2.  Teoria do Déficit da Função Executiva:

“As funções executivas são habilidades de alto nível envolvidas na geração, regulação, execução eficaz e no reajuste de comportamentos direcionados a objetivos”. (Verdejo-García e Bechara, 2010). As funções executivas englobam processos como a memória de trabalho, o planejamento, o raciocínio, a flexibilidade, a inibição ou tomada de decisões. Se houver dificuldades nesses processos, as atividades da vida diária não poderão ser realizadas corretamente. No entanto, uma intervenção neuropsicológica adequada será essencial para melhorar essas habilidades.

3.  Teoria da Disfunção do Hemisfério Direito

Essa teoria está relacionada com a dificuldade de expressar e interpretar informações emocionais. O hemisfério direito é fundamental no processamento da informação visuoespacial e está diretamente relacionado com a capacidade de reconhecer e compreender gestos e expressões faciais, e com a regulação da entonação e da prosódia.


Referências

  1. World Health Organization (2016). «International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems 10th Revision (ICD-10): F84.5 Asperger syndrome».  
  2. Vos T, Allen C, Arora M, Barber RM, Bhutta ZA, Brown A, et al. (outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015»Lancet388 (10053): 1545–602. 678-6
  3. «F84.5 Asperger syndrome»World Health Organization. 2015. Consultado em 13 de março de 2016. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2015
  4.  McPartland J, Klin A (outubro de 2006). «Asperger’s syndrome». Adolescent Medicine Clinics17 (3): 771–88; abstract xiii.
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