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Quatro causas pouco frequentes de AVC

O Acidente Vascular Cerebral ocorre quando há uma obstrução de um vaso sanguíneo (AVC isquêmico) ou por uma ruptura de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico).

Devido ao fluxo sanguíneo inadequado, as células nervosas do cérebro são danificadas e, consequentemente, as células nervosas da área afetada deixam de funcionar corretamente. São vários os fatores de risco e doenças conhecidos que podem desencadear esta patologia, ou tornar um indivíduo mais propenso a desenvolvê-la. Entre tais fatores se incluem as doenças cardiovasculares, pressão alta e fibrilação atrial.

Além disso, existem algumas doenças e circunstâncias pouco frequentes que podem dar origem a este transtorno. Onde, de repente, um médico pode se encontrar em uma situação atípica, na qual um paciente de baixo risco tenha um coágulo sem nenhuma causa aparente, como aconteceu com o  Dr. José Biller da Loyola University (Chicago, EE.UU.). Quando o paciente não apresenta no seu prontuário (histórico médico), histórico de doença cardiovascular, não fuma, faz exercícios regularmente, e mesmo assim sofre um acidente vascular cerebral (derrame), é importante considerar algumas das causas raras de AVC. Vale salientar que o comprimento total dos vasos sanguíneos de uma pessoa adulta é equivalente a milhares de quilômetros, esses vasos são responsáveis pelo transporte de 20 a 25% do sangue do corpo, podendo assim haver inúmeras causas. A seguir, destacaremos algumas destas causas:

4 Causas pouco frequentes de AVC

 Doença de Moyamoya

A doença de Moyamoya é uma das causas pouco frequentes de acidente vascular cerebral. É uma doença rara que, aos poucos, provoca o estreitamento das  artérias carótidas. Conforme os vasos se estreitam, pode haver rompimento, causando sangramento ou obstrução total. A causa do estreitamento dos vasos sanguíneos é desconhecida, mas suspeita-se que o aparecimento da doença possa estar relacionado a uma anomalia genética. As crianças correm maior risco de contrair a doença de Moyamoya, onde os principais sintomas são transtornos do desenvolvimento, transtornos da fala, movimentos involuntários, entre outros. O dano cerebral severo é uma das consequências desta doença. E para compensar a perda de fluxo sanguíneo causada pelo estreitamento dos vasos, forma-se outra rede, porém esta nova rede é incapaz de compensar a demanda que os vasos sanguíneos cobriam anteriormente. Conhecer o histórico médico do paciente que sofre da doença de Moyamoya é essencial para evitar problemas graves de saúde. MRI, CT e SPECT são provas diagnósticas que servem para avaliar os danos nos vasos sanguíneos.

Angioma Cavernoso (AC)

O Angioma Cavernoso também é conhecido como malformação cavernosa; trata-se de um acúmulo anormal de vasos sanguíneos no cérebro, os quais se dilatam e alteram sua estrutura. Os capilares não estão formados por fibras elásticas, como geralmente acontece com os vasos sanguíneos maiores, e a espessura de suas paredes também é mais fina.

Devido à malformação dos vasos sanguíneos, eles tendem a se romper, causando assim derrames hemorrágicos. As células anormais podem estar localizadas em diversas partes do corpo, como no encéfalo (cérebro e cerebelo), medula espinhal e nervos cranianos. Perda de audição ou de visão, dores de cabeça e ataques epilépticos são alguns dos sintomas produzidos por esta doença. Os angiomas cavernosos podem começar a sangrar, causando sintomas semelhantes aos de um acidente vascular cerebral. Os médicos os diagnosticam usando ressonância magnética, já que esse grupo de vasos sanguíneos não pode ser visto através de uma angiografia. Nesse caso, os pacientes não podem ser submetidos à cirurgia por cateter. A gravidade da patologia depende do nível de sangramento.

Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF)

Outra causa pouco frequente que pode desenvolver um AVC é a síndrome do anticorpo antifosfolípide. Em algumas ocasiões, os anticorpos podem atacar uma parte saudável do corpo em vez de combater as infecções. Nesta doença, os anticorpos atacam os fosfolipídios, que são substâncias essenciais para a coagulação do sangue. Quando os fosfolipídios são danificados, tem-se como resultado a formação de coágulos nos vasos sanguíneos, impedindo assim, que o cérebro receba a circulação sanguínea adequada.

Quando não há uma coagulação normal, podem surgir problemas como dores de cabeça recorrentes, náuseas e dores no peito. O histórico familiar representa um fator de risco para padecer desta síndrome. As pessoas com lúpus, com infecções sanguíneas ou que tomam certos medicamentos também correm grande risco de terem SAAF.

Esta doença é diagnosticada por um exame de sangue que detecta a presença do anticorpo anti-β2-glicoproteína I, os anticorpos anticardiolipina e o anticoagulante lúpico. Uma ressonância magnética e uma tomografia computadorizada ajudam a identificar a parte afetada e os danos causados.

Síndrome de Vasoconstrição Cerebral Reversível (SVCR)

E para terminar, gostaríamos de falar sobre a síndrome de vasoconstrição cerebral reversível, que também é uma das causas raras de derrame cerebral. A SVCR abrange um amplo grupo de transtornos que causam problemas de dilatação e constrição dos vasos sanguíneos. Esta patologia faz com que as artérias cerebrais se contraiam, trazendo como resultado a redução do fluxo sanguíneo.

Os especialistas ainda não identificaram as causas do vasoespasmo. Suspeita-se que no caso das mulheres, as mudanças que se produzem no corpo após o parto contribuem para o aparecimento da SVCR. Vale salientar que as mulheres são mais propensas a contrair esta doença, que os homens. A SVCR se caracteriza por fortes dores de cabeça, isso ocorre devido ao estreitamento dos vasos sanguíneos. A circulação reduzida em certas partes do corpo interfere nas funções principais.

Fraqueza em um lado do corpo, alterações na visão e convulsões são outros fatores a serem considerados quando se suspeita de SVCR. Um ataque isquêmico transitório é uma das principais complicações da SVCR. A boa notícia é que esta patologia é reversível. Com diagnóstico e tratamento precoces, o paciente pode se recuperar em três meses.

Conclusão

Dependendo das causas, alguns derrames podem ser leves, e outros graves. Quando o derrame é grave, pode causar problemas de mobilidade em uma parte do corpo ou em todo o corpo. A recuperação após um AVC (derrame) pode ser longa e requer terapia intensiva para reabilitar as partes do corpo afetadas. Dependendo da gravidade, alguns sobreviventes de AVC precisam aprender, de novo, a falar e a se locomover. Conhecer as principais causas de AVC e também as causas menos frequentes, é essencial tanto para os médicos quanto para as pessoas que correm um maior risco de sofrer um AVC.

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